JOGOS FLORAIS I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
Jogos Florais II
Minha terra tem palmares
memória cala-te já
Peço licença poética
Belém capital Pará
Bem, meus prezados senhores
dado o avanço da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.
(será mesmo com esses dois essesque se escreve paçarinho?)
Análise do poema
O poema de Cacaso “Jogos Florais I” é uma paródia de Canção do Exílio de Gonçalves Dias. Na primeira estrofe o poeta desmistifica o símbolo romântico Sabiá e esboça, na segunda estrofe, uma crítica ao chamado milagre econômico dos anos 70. “Jogos Florais II”, intertextualmente, retoma a paródia de Oswald de Andrade, fazendo uma crítica social (referência ao quilombo dos palmares) e à língua portuguesa (paçarinho).
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