sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

APRESENTAÇÃO DO BLOG

Apresentação

Desde a tradição, a poesia, assim como outras representações textuais tais como as narrativas, as fábulas ou as peças teatrais, reforçando a expansão dos géneros lírico, épico e narrativo, ainda que a cada dia sendo mais modificados, vêm nos proporcionando uma interessante forma de nos aproximar da Literatura.

O fato é que os pergaminhos, os diários, as agendas e até mesmo aqueles incensáveis livros impressos foram cedendo lugar para o que chamamos hoje de tecnologia.

Quem diria que, com o passar do tempo, com o avanço tecnológico e com a tal discutida “inclusão digital”, em um mesmo espaço ou em apenas um “clica”, estaríamos diante de várias informações, vários textos, ideias e opiniões que nos permitissem a integração com tamanha agilidade tal qual ocorre na contemporaneidade?

E quem ousaria dizer que os blogs, os scraps, os messengers ou os orkuts não têm facilitado o letramento de seus usuários?

É, não seria possível prever todas estas tendências, nem ousaríamos dizer que seus impactos não tenham sido positivos. Mas é possível pensarmos em novas formas mais agradáveis de desfrutarmos de nossos textos a partir das vantagens oferecidas por estes novos meios de acesso e divulgação dos mesmos.

Por isso, criamos o blog da turma, onde todos se fazem á vontade para expressar suas leituras e onde todos podem, de uma maneira muito saudável, apreciarem o que os nossos autores têm a nos oferecer.

Objetivo
Uma página contemporânea de consultas, com autores renomeados da poética brasileira a fim de interligar e interagir, obra , autor e leitores, simplesmente por aqui

Justificativa
Blog-Fruto da tecnologia do século 21 é sinonimo de interactividade, esse blog especifico da
poética contemporânea, que trará informações precisas dos poetas e suas pérolas

Ana Cristina (Biografia)


Ana Cristina Cesar

Nasceu em 1952, no Rio de Janeiro. Criou-se entre Niterói, Copacabana e os jardins do velho Bennet. Fixou residência no Rio. Trabalhou em jornalismo, televisão e escreveu A Teus Pés. Suicidou-se no dia 29 de outubro de 1983. Ana gostava profundamente de escrever. Além de suas inumeráveis poesias e cartas, escreveu para diversos jornais e revistas e traduziu diversos autores estrangeiros.

Obras

A teus pés, 1982.

Cenas de Abril, 1979.

Correspondência completa, 1979.

Luvas de Pelica, 1980.

Inéditos e dispersos, 1999.

Crítica e tradução, 1999.

Luvas de pelica, 1980.

Literatura não é documento, 1980.
Caderno de desenhos, 1980.

Olho muito tempo o corpo de um poema (Poema)

Olho muito tempo o corpo de um poema

Ana Crsitina Cesar

Olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas.

Análise do poema

Neste poema a autora trabalha com a metapoesia - Uma poesia feminina e feminista, cujos versos se relacionam com o corpo. Experiência do sujeito individual no interior da moderna sociedade do cotidiano. Rebela-se, e nessa medida é temerária, mas valentemente pós-moderna, contra quase obrigação, o que era visto como sentimento tornou-se livre e concreto como o poema que toma forma assim como o corpo.

Paulo Leminski (Biografia)


Paulo Leminski

Mestiço de polaco com negra, Paulo Leminski nasceu na cidade de Curitiba, Paraná, em 24 de agosto de 1944. Ele faleceu em 07 de junho de 1989 em Curitiba, PR.

1964, São Paulo, SP, publicação de poemas na revista Invenção, porta voz da poesia concreta paulista.
1968, casamento com a poeta Alice Ruiz. Filhos: Miguel Ângelo, falecido aos 10 anos; Áurea Alice e Estrela.
1970/1989, Curitiba, Paraná, redator de publicidade. Músico e letrista. Canções gravadas por Caetano, A Cor do Som.
1975, Curitiba, PR, publicação de Catatau, um romance experimental.
1980/1986, São Paulo, colaborador do suplemento Folhetim, do jornal Folha de São Paulo; também colaborador da revista Veja.
1984/1986, Curitiba, PR, tradutor de Alfred Jarry, James Joyce, John Fante, John Lennon, Samuel Becktett e Yukio Mishima
1986, São Paulo, SP, publicação do livro infanto-juvenil Guerra dentro da gente.

Obras

Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto e era quase, 1980.
- Tripas. Curitiba, 1980.
- Caprichos e relaxos, 1983.
- Agora é que são elas (romance). , 1984.
- Hai Tropikais (com Alice Ruiz), 1985.
- Um milhão de coisas, 1985.
- Guerra dentro da Gente, 1986.
- Caprichos e relaxos, 1987.
- Distraídos venceremos, 1987.
- A lua foi ao cinema, 1989.
- La vie en close, 1991.

O NÁUFRAGO NÁUGRAFO (Poema)



O NÁUFRAGO NÁUGRAFO

Paulo leminski


a letra A a
funda no A
tlântico
e pacífico com
templo a luta
entre a rápida letra
e o oceano
lento

assim
fundo e me afundo
de todos os náufragos
náugrafo
o náufrago
mais
profundo

Análise do poema

A poesia não obedece a uma sintaxe rígida, dando privilégio ao léxico. Cria-se assim um campo semântico que
repousa muito mais na estrutura paradigmática do que na estrutura sintagmática. O poema é construído com maestria, utilizando-se livremente da formação e da combinação das palavras, numa relação mais de contigüidade do que por similaridade.

José Paulo Paes(Biografia)



José Paulo Paes

nasceu em Taquaritinga SP, em 1926. Estudou química industrial em Curitiba, onde iniciou sua atividade literária colaborando na revista Joaquim, dirigida por Dalton Trevisan. De volta a São Paulo trabalhou em um laboratório farmacêutico e numa editora. Desde de 1948 escreve com regularidade para jornais e periódicos literários. Toda sua obra poética foi reunida, em 1986, sob o título Um por todos. No terreno da tradução verteu do inglês , do francês, do italiano, do espanhol, do alemão e do grego moderno mais de uma centena de livros. Em 1987 dirigiu uma oficina de tradução de poesia na UNICAMP. Faleceu no dia 09.10.1998.

OBRAS

-Passarinho fofoqueiro

Acidente

-Convite

-Acima de qualquer suspeita

-Elegia holandesa

-Lisboa: aventuras

-Anatomia do monólogo


Canção do Exílio Facilitada (Poema)


CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA (1973)

lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...

cá?
bah!


As palavras “lá, cá e sabiá” retomam a poesia de Gonçalves Dias, apesar de concretista, o poeta preocupa-se com a forma, o campo semântico, fônico e visual, utiliza sintagmas menores, sonoros e as assonâncias. O poeta retoma o jogo verbal romântico “Lá e Cá”. Lá existem pássaros, alimentos, mulheres, tudo em abundância, subentendido nas reticências ao final de cada linha. Cá não há prazeres e o poeta demonstra seu sentimento. Bah, exprime toda a decepção do poeta.